Caixa Vermelha

Como já deves ter reparado, está na tua Biblioteca uma caixa vermelha com um papel lá colado. Pois, essa caixa é a TUA oportunidade para te expressares sobre os temas que mais te interessam. Durante algumas semanas do primeiro período esta caixa esteve sempre no mesmo sítio e com um tema diferente por semana, e agora é altura de expor aqui as vossas opiniões. Recebemos de tudo (como aliás já estávamos à espera), desde opiniões reconstrutivas, a papéis vazios e (como não podia deixar de faltar numa escola) insultos (se têm tempo para escrever isso, ESTUDEM!). Muitos alunos pensaram que a caixa pertencia a AE, não podiam estar mais enganados, esta caixa pertence ao jornal e está livre de qualquer censura despropositada. Outro erro que muitos cometeram foi de não por o nome (será esquecimento ou cobardia?), ponham o vosso nome, pois só assim podem ser devidamente reconhecidos. Pedimos então, que levem este projecto a sério e que cooperem com ele, não há razão para a existência da “Caixa Vermelha” sem a colaboração dos alunos (e depois não se queixem se forem ignorados). Esta é uma maneira muito fácil de terem o vosso nome no jornal, por isso não sejam tímidos!
Esta foi a introdução para o primeiro período da nossa caixa vermelha (trabalho de grupo). A ideia não foi má, e confesso que já estava a contar com alguma (muita) má fé dos alunos desta escola, mas o geral foi muito bom. Só tivemos tempo para três temas este período, talvez possamos pôr mais para o próximo. O que acho que não ficou bem esclarecido, foram duas coisas. A primeira, que os professores também podiam dar a sua opinião, e segundo que as opiniões deveriam estar (preferencialmente) identificadas… quando queremos a nossa opinião nalgum sítio convém saber que é nossa… enfim, não se pode ter tudo (opiniões e nomes) a que parece!!!
No primeiro tema tivemos muitas respostas satisfatórias (depois de filtrar o evidente lixo), a única coisa que me baralhou foi terem pensado que a caixa era da AE… vejam só o que vai parar àquelas cabeças… Pena foi que, a partir do segundo tema, as coisas começassem a murchar (e quando digo murchar é mesmo no sentido de apodrecer). Ora bem, que estes autómatos não tinham opinião já eu sabia, mas podiam fingir que têm… francamente não é preciso muito tempo (nem inteligência) para escrever meia dúzia de linhas, percebe-se agora o problema desta escola (que deve ser o mesmo das outras), os alunos têm falta de iniciativa, é sempre o mesmo ‘deixa andar’ todos os dias. GENTE, a vida está a passar por vós sem que saibam disso, quando forem mais velhos vão DESEJAR poder opinar sobre o que vos acontece na vida, mas sabem que mais? Não vão poder, o mundo dos adultos é bem mais difícil do que a escola (e de certeza que já se deram conta disso). Se estão num trabalho frustrante, com um patrão revoltante e querem gritar aos quatro ventos o que sentem, NÃO PODEM!
OK, acho que já me passou a fúria interior (é disto que eu falo, frustração, uma pessoa quer-vos dar uma oportunidade de serem jovens alegres sem se terem de preocupar com opressões à vossa liberdade de expressão e ninguém quer saber! Sabem que mais? Esqueçam, se isto da caixa não der em nada no próximo período, esqueçam! Sintam-se oprimidos à vontade, atirem-se a baixo da ponte se quiserem, EU não quero saber de crianças armadas em qualquer coisa que precisam de ajuda até para reclamar!
E para os restantes leitores (em particular caras colegas do grupo, senhor professor, e colegas que opinaram), peço desculpa pela (excessiva?) agressividade, mas tinha este texto entalado na garganta (e nos meus documentos do PC) há já algum tempo. É obvio que vou fazer o que a maioria decidir… mas não trabalho para aquecer, o jornal pode perfeitamente passar sem cenas tristes destas, e passar a ter algo interessante (e mais extenso) nesse lugar!